Foto retirada daqui |
Está a mudar a forma como a Igreja debate as questões que preocupam as pessoas e a maneira como dialoga com o mundo.
O Papa Francisco quer uma “Igreja em saída” e com as portas abertas. Que vá ao encontro das “periferias geográficas e existenciais”. Que acolha as suas preocupações e inquietações e as reflita sem ter medo de enfrentar as questões mais polémicas.
Na abertura do último Sínodo dos Bispos o Papa pediu que se falasse claro. No discurso inaugural afirmou: “É necessário dizer tudo aquilo que, no Senhor, sentimos que devemos dizer: sem hesitações, sem medo. E, ao mesmo tempo, é preciso ouvir com humildade e aceitar de coração aberto aquilo que os irmãos dizem. A sinodalidade exerce-se com estas duas atitudes”.
Fruto dos trabalhos sinodais, foram identificadas as questões em torno da problemática da família a aprofundar no próximo Sínodo, o qual se reunirá no Vaticano de 4 a 25 de outubro deste ano. Algumas delas não obtiveram a maioria de dois terços, como é o caso do acesso dos divorciados recasados aos sacramentos e o acolhimento aos homossexuais. Todavia o Papa impôs que elas fizessem parte do Relatório Final e que sejam refletidas na próxima assembleia de bispos.
Esta semana foi apresentado o documento onde constam os assuntos que serão refletidos e aprofundados pelos padres sinodais. Foi sublinhado o desejo do Papa de que todos falassem com coragem e abertamente. Contudo a maior novidade foi a de deixar à “discrição e responsabilidade” dos participantes a liberdade de comunicar aos média os assuntos que estão a ser debatidos no Sínodo.
Esta é uma opção arriscada de transpor para os meios de comunicação social a discussão que decorre na Aula Sinodal, com o perigo de ser deturpado e corrompido pela lógica mediática, mas confere uma maior transparência e visibilidade ao debate eclesiástico. Está também de acordo com o que dizia o cardeal Bergoglio em Buenos Aires e que reafirmou, como Papa, na Evangelii Gaudium: “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças” (nº49).
Em Outubro poderemos verificar se foram maiores os danos ou os benefícios desta decisão do Sínodo.
(Texto publicado no Correio da Manhã de 26/06/2015)
O Papa Francisco quer uma “Igreja em saída” e com as portas abertas. Que vá ao encontro das “periferias geográficas e existenciais”. Que acolha as suas preocupações e inquietações e as reflita sem ter medo de enfrentar as questões mais polémicas.
Na abertura do último Sínodo dos Bispos o Papa pediu que se falasse claro. No discurso inaugural afirmou: “É necessário dizer tudo aquilo que, no Senhor, sentimos que devemos dizer: sem hesitações, sem medo. E, ao mesmo tempo, é preciso ouvir com humildade e aceitar de coração aberto aquilo que os irmãos dizem. A sinodalidade exerce-se com estas duas atitudes”.
Fruto dos trabalhos sinodais, foram identificadas as questões em torno da problemática da família a aprofundar no próximo Sínodo, o qual se reunirá no Vaticano de 4 a 25 de outubro deste ano. Algumas delas não obtiveram a maioria de dois terços, como é o caso do acesso dos divorciados recasados aos sacramentos e o acolhimento aos homossexuais. Todavia o Papa impôs que elas fizessem parte do Relatório Final e que sejam refletidas na próxima assembleia de bispos.
Esta semana foi apresentado o documento onde constam os assuntos que serão refletidos e aprofundados pelos padres sinodais. Foi sublinhado o desejo do Papa de que todos falassem com coragem e abertamente. Contudo a maior novidade foi a de deixar à “discrição e responsabilidade” dos participantes a liberdade de comunicar aos média os assuntos que estão a ser debatidos no Sínodo.
Esta é uma opção arriscada de transpor para os meios de comunicação social a discussão que decorre na Aula Sinodal, com o perigo de ser deturpado e corrompido pela lógica mediática, mas confere uma maior transparência e visibilidade ao debate eclesiástico. Está também de acordo com o que dizia o cardeal Bergoglio em Buenos Aires e que reafirmou, como Papa, na Evangelii Gaudium: “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças” (nº49).
Em Outubro poderemos verificar se foram maiores os danos ou os benefícios desta decisão do Sínodo.
(Texto publicado no Correio da Manhã de 26/06/2015)