O cartão de sócio honorário do Papa Foto retirada daqui |
O Papa Francisco gosta de futebol e até torce por uma
equipa: o San Lorenzo de Almagro de Buenos Aires. Tem falado da importância do
desporto e do futebol em particular.
“O desporto não é somente uma forma de entretenimento,
mas é também um instrumento para comunicar valores que promovem o bem da pessoa
humana e ajudam na construção de uma sociedade mais pacífica e fraterna”, disse
na mensagem pelo início do último Mundial de Futebol no Brasil. Na Jornada
Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, utilizou várias metáforas do “futebolês”.
Por exemplo, desafiou os jovens a serem protagonistas e a “jogar sempre ao
ataque” para construir “um mundo melhor, um mundo de irmãos, um mundo de
justiça, de amor, de paz, de fraternidade, de solidariedade”.
Apesar de valorizar o desporto, ele está consciente dos
aspetos mais controversos e condenáveis em torno do fenómeno desportivo. “O desporto
é importante, mas deve ser desporto autêntico! O futebol, como determinadas
disciplinas, tornou-se um grande ‘business’! Trabalhai a fim de que não perca a
sua índole desportiva” pediu às seleções de Itália e Argentina, numa audiência
no dia 13 de agosto de 2013.
Em torno das competições desportivas movimentam-se
milhões e, por isso, não é de estranhar que, de tempos a tempos, surjam
suspeitas de corrupção, como as que ultimamente foram noticiadas envolvendo a
FIFA. O Vaticano já lamentou que, mais uma vez, o futebol esteja sob suspeita e
– sublinhando novamente a importância do desporto – apelou a que se tomem
medidas para que o futebol mundial seja “limpo” de tudo o que o conspurca.
O Papa Francisco tem, por diversas vezes, criticado a
corrupção. Admite que “todos somos pecadores, mas corruptos não”. Chegou mesmo
a considerar a corrupção “um mal maior que o pecado” numa audiência que
concedeu à Associação Internacional de direito penal, em Outubro do ano
passado. “O corrupto não sente a sua corrupção. Acontece como com o mau hálito:
dificilmente quem o tem se apercebe de o ter; são os outros que o sentem e que
lho devem dizer” referiu nesse encontro.
Normalmente é assim. E parece que foi o que aconteceu com
o senhor Joseph Blatter. Ou, então, terá sido o receio de vir a ser detido que
o levaram a tomar a decisão de se demitir da FIFA.
(Texto publicado no Correio da Manhã de 05/06/2015)
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