Escultura de Timothy P. Schmalz inspirada em Mt. 25, 40 Foto retirada daqui |
Os reis e os presidentes espalham as suas fotos oficiais pelos gabinetes e serviços públicos. Também Cristo Rei deixou aos crentes as suas fotografias para que dele se recordem. Bem diferentes das imagens dos reis e presidentes deste mundo.
No domingo passado, os católicos celebraram a Solenidade de Cristo Rei. O Evangelho recordava que cada um será julgado pelas vezes que viram Jesus, com fome ou sede, sem roupa ou sem abrigo, doente ou na prisão e lhe prestaram, ou não, assistência. Ou seja, esclarece Jesus, para quem não se deu conta dessas situações: Sempre que o “fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes” (Mt. 25, 40).
Este é o fundamento da solidariedade cristã. Não se trata de uma “caridadezinha” assistencialista ou de mera filantropia. Trata-se de ver no pobre, no doente, no refugiado, no sem-abrigo, no marginalizado, no recluso o rosto desfigurado de Cristo.
Por vezes, aqueles que são acolhidos nas nossas instituições descarregam sobre nós as suas frustrações, as suas feridas do passado, o seu sofrimento. Insultam-nos, reclamam e lançam sobre nós todos os impropérios. Mesmo nessas circunstâncias é o próprio Jesus que acolhemos.
Não é fácil ver o rosto de Jesus nos reclusos, sobretudo quando lhe são atribuídos certos crimes hediondos. Contudo, para os cristãos continua a ser Jesus que visitam na cadeia.
As verdadeiras imagens de Cristo Rei são os rostos desfigurados pela pobreza, pelo sofrimento, pela doença, pela marginalidade ou pela reclusão. São esses que reclamam o empenhamento dos cristãos, para lhes prestar assistência. Porém, não se esgota aí a sua ação. Têm também de se envolver e comprometer na luta contra as causas que conduzem essas pessoas à pobreza, à marginalização ou à exclusão social.
São essas as “fotos” de Cristo Rei espalhadas pelo mundo!