quarta-feira, 22 de novembro de 2023

O que leva clérigos à maçonaria?


A maçonaria não é conciliável com a fé católica. Apesar desta evidência, não falta quem tente, pelas mais diversas formas, procurar demonstrar que se pode ser maçom e católico.

O Código de Direito Canónico (a lei da Igreja Católica), promulgado por S. João Paulo II a 25 de janeiro de 1983, não referia explicitamente que não é permitido aos católicos aderir às lojas maçónicas, contrariamente ao de 1917. Um dia antes da entrada em vigor desse Código, a 26 de novembro de 1983, a então Congregação para a Doutrina da Fé, agora Dicastério, publicava uma declaração, em que esclarecia que os princípios maçónicos são “inconciliáveis com a doutrina da Igreja”. Por essa razão, continuava a ser “proibida pela Igreja” a adesão à maçonaria dos seus fiéis.

A 10 de março de 1985, a mesma Congregação publicou um texto com uma reflexão sobre a “inconciliabilidade entre fé cristã e maçonaria”, no qual eram reunidos exemplos retirados de documentos papais e outros textos do magistério. Entre outros argumentos, declarava-se que “um cristão católico não pode participar ao mesmo tempo na plena comunhão da fraternidade cristã e, por outro lado, olhar para o seu irmão cristão, a partir da perspetiva maçónica, como para um ‘profano’”.

Na semana passada, o Dicastério para a Doutrina da Fé, voltou a clarificar que não é permitido aos católicos aderirem à maçonaria. O grão-mestre do Grande Oriente Lusitano criticou essa posição e referiu que a maçonaria “acolheu e acolhe no seu seio, não só importantes figuras da Igreja Católica, como também simples fiéis católicos”.

Que católicos menos informados não consigam identificar qualquer “antagonismo” entre essas duas instituições, é admissível. Estranho é que os clérigos desconheçam as normas da Igreja, e os documentos por ela produzida, e continuem a aderir à maçonaria.

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