Foto de Andreas Solaro/AFP retirada daqui |
Cada um dos últimos papas tem os seus santos. E estes
podem ser considerados o “ponto de referência e uma síntese eficaz da mensagem
do Pontífice que os elevou aos altares”.
Esta é a leitura de Andrea Tornelli, vaticanista, para
quem “não há dúvida que Madre Teresa de Calcutá é emblemática para o
pontificado de Francisco, como o foram, por exemplo, os mártires do Uganda
proclamados santos por Paulo VI, ou as canonizações de José Maria Escrivá e da Santa
Faustina Kowalska para o pontificado de João Paulo II”. Mas de quem falamos,
quando falamos da agora Santa Teresa?
Foi longo o caminho que ela percorreu desde a sua terra
natal, então Üsküp, hoje Skopje, capital da Macedônia, até chegar às ruas de
Calcutá. Nascida numa família de origem albanesa, desde cedo sentiu o desejo de
ser missionária na Índia. Passou pela Irlanda, onde entrou numa congregação
religiosa e aprendeu inglês. Quando já era diretora e professora num colégio de
meninas ricas em Calcutá, abandonou o conforto do convento para recolher
moribundos abandonados nas sarjetas, o que lhe valeu o epíteto de “santa das
sarjetas”.
Foi então que fundou a congregação das Missionárias da
Caridade, que se dedicaram, nas suas palavras, “aos famintos, aos nus, aos que
não têm lar, aos aleijados, aos cegos, aos leprosos, toda essa gente que se
sente inútil, não amada ou desprotegida pela sociedade, gente que se converteu
num fardo para a sociedade e que é rejeitada por todos”.
O Papa Francisco destacou, na missa da canonização, a
“sua missão nas periferias das cidades e nas periferias existenciais permanece,
nos nossos dias, como um testemunho eloquente da proximidade de Deus junto dos
mais pobres entre os pobres”. Nesta santa confluem duas das principais
preocupações do Papa: os mais pobres; e “a Igreja em saída” para as periferias.
Por isso, Madre Teresa é a santa à imagem de Francisco.
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