Papa Francisco recebe Mark Zuckerberg Foto retirada daqui |
O papa Francisco recebeu Mark Zuckerberg, o fundador e CEO
da rede social Facebook. Conversaram sobre “como usar as tecnologias de
comunicação para aliviar a pobreza, promover uma cultura do encontro e fazer
com que uma mensagem de esperança possa chegar especialmente às pessoas mais
necessitadas”, refere um comunicado do porta-voz da Santa Sé.
O Papa já assumiu que não sabe utilizar o computador e que
o seu aparelho preferido é a rádio, porque só tem dois botões, um para
sintonizar e outro para o volume. Mesmo assim, avalia como positivas as redes
sociais e a Internet para a vivência da fé. O que não o impede de as considerar
envoltas em muitos perigos e riscos, em sintonia aliás com a reflexão que a
Igreja tem produzido sobre esta temática desde 2002, o ano em que foram
publicados os primeiros documentos dedicados especificamente à relação entre a
Igreja e a Internet e à “ética na rede”.
Na mensagem para o dia mundial das comunicações de 2014 o
Papa reconhecia que a “Internet pode oferecer maiores possibilidades de
encontro e de solidariedade entre todos; e isto é uma coisa boa, é um dom de
Deus”. E já na mensagem deste ano lembrou que “as redes sociais são capazes de
favorecer as relações e de promover o bem da sociedade, mas podem também levar
a uma maior polarização e divisão entre as pessoas e os grupos”.
Todos os meios de comunicação social, e
particularmente as novas tecnologias, provocam duas reações típicas no seio da
Igreja: uns reagem liminarmente à sua utilização e realçam os seus perigos; outros
aderem a eles de forma ingénua, inconsciente e acrítica. Ora, a melhor atitude
em relação às novas tecnologias e à Internet deverá situar-se algures entre a
condenação moralista e a excessiva confiança. Tal como tem feito o Papa, deve promover-se
a serena consciência das suas oportunidades e uma atitude vigilante em relação
aos seus riscos.
(Texto publicado no Correio da Manhã de 02/09/2016)
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