João Paulo I Foto retirada daqui |
Comemoram-se, hoje, os 38 anos da eleição do cardeal Albino
Luciani para Papa. Em homenagem aos antecessores João XXIII e Paulo VI, os
Papas do Concílio, adotou o nome de João Paulo. Para comemorar esta data, é
inaugurado um museu a ele dedicado, na sua terra natal, Canale d'Agordo, na
região de Veneza, em Itália.
Nas vésperas da sua eleição o cardeal Aloísio Lorscheider,
arcebispo de Fortaleza, no Brasil, definia numa entrevista o que deveria ser o
perfil do futuro Papa: “Um homem de esperança… Deveria ser sensível aos
problemas sociais, aberto ao diálogo… Deveria ser, acima de tudo, um bom
pastor…” Albino Luciani correspondia a este perfil e os cardeias elegeram-no
convictos que ele iria dar continuidade às reformas introduzidas pelo Concílio
Vaticano II e renovar a Cúria Romana.
O museu hoje inaugurado, segundo o Vatican Insider, para
além de reunir objetos que ajudam a conhecer melhor João Paulo I, procura
também situá-lo no contexto em que nasceu e onde desenvolveu a sua personalidade,
dar a conhecer as suas raízes. O catolicismo da região em que Luciani cresceu
era, nos finais do século XIX e princípios do século XX, “tudo menos
retrógrado”. E parece ter sido também determinante para a sua sensibilidade às
questões sociais o convívio com o pai, que era operário e um socialista
convicto.
O curto pontificado – apenas 33 dias – não lhe permitiram
introduzir na Igreja as reformas que pretendia, mas bastou para demonstrar que
era uma pessoa bem-humorada e que não se submetia ao protocolo vaticano.
Gostava de contar anedotas e entabulava diálogo com os jovens e crianças nas
audiências papais.
Ficou para a história como o “Papa do Sorriso”. Foi
precursor de muitas das práticas que se tornaram habituais com o atual Papa. Infelizmente,
não conseguiu implementar muitas das mudanças que – já então, há 38 anos... –
se percebiam como urgentes.