Phyllis Zagano, defensora da ordenação de mulheres Foto da Universidade de Hofstra |
O Papa Francisco não se comporta como alguns líderes
políticos. As promessas que faz são para cumprir. As suas palavras não são de
circunstância, têm consequências.
No passado dia 12 de Maio, perante as superiores das
congregações religiosas reunidas em Roma, assumiu o compromisso de criar uma
comissão para estudar se, no passado, as mulheres já terão sido ordenadas
diaconisas. Outras igrejas cristãs já deram esse passo, com base na convicção
de que na Igreja primitiva elas teriam sido ordenadas, nomeadamente na
administração do batismo a senhoras. Esta terça-feira o Papa nomeou a comissão
que fará esse estudo e poderá abrir a possibilidade da ordenação de mulheres na
Igreja Católica.
Desde o início do seu pontificado Francisco tem-se
empenhado em promover o papel da mulher e a sua participação nas instâncias de
decisão da Igreja. Já disse que essa dignificação da mulher não passa
necessariamente pelo acesso à ordenação. Contudo, apesar de não ser essa a sua
opinião, não só não se opõe a que o assunto seja debatido, como ele próprio promove
esse debate.
A comissão que irá fazer o estudo tem uma composição
curiosa. Dos 12 elementos que a constituem, metade estão ligados a instituições
romanas e os outros são provenientes de diversos organismos espalhados pelo
mundo. Os peritos escolhidos pelo Papa, são também em igual número de homens e de
mulheres.
Porém, mais extraordinário do que a sua constituição
paritária, é o facto de o Papa ter escolhido para a integrar uma mulher que tem
defendido argumentos sérios para a ordenação das mulheres. Trata-se de Phyllis
Zagano, professora de espiritualidade na universidade americana de Hofstra, em Hempstead,
Nova Iorque.
Com esta nomeação, o Papa Francisco dá um sinal claro de que prefere ouvir e dialogar, até com os que pensam de forma diferente da sua. Nem os ignora, nem tenta calar a sua voz no seio da Igreja.
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