Sem-abrigo na Capela Sistina Foto retirada daqui |
Desde que vive no Vaticano, tem sido sensível às necessidades dos
sem-abrigo que dormem na colunata de Bernini e nas soleiras dos palácios à sua
volta. De entre muitas das suas iniciativas algumas têm sido amplamente noticiadas,
como a instalação de sanitários onde eles pudessem tomar banho e cortar o
cabelo. Bem como a distribuição de quatrocentos sacos-camas pelas ruas de Roma.
Estes e outros gestos do Papa podem ser facilmente catalogados como mero
assistencialismo, ainda que traduzam a sua preocupação com aqueles que lhe
estão mais próximo e a ânsia de fazer o que está ao seu alcance para aliviar os
seus sofrimentos.
Contudo, não se tem ficado por aí.
No domingo passado, os mais pobres foram escolhidos para entregar os
Evangelhos aos milhares peregrinos presentes na Praça de São Pedro. “Hoje
ofereço-vos a todos vós que estais na Praça um presente: um Evangelho de bolso.
Será distribuído gratuitamente por algumas pessoas sem teto, que vivem em Roma
(…). Os mais necessitados são os que nos dão a Palavra de Deus”, disse o Papa.
Ontem, cento e cinquenta sem-abrigo visitaram gratuitamente os museus do
Vaticano e comeram nos seus restaurantes. A visita foi promovida pelo arcebispo
polaco Konrad Krajewski, responsável da Esmolaria Apostólica – a instituição da
Santa Sé que se encarrega dos mais pobres – que guiou a visita. Desta forma “os
mais carenciados, que geralmente apenas têm acesso à escadaria exterior à colunata
da Praça de São Pedro” tiveram a oportunidade de “apreciar o património
artístico do Vaticano”, de acordo com uma nota divulgada pela Santa Sé.
(Texto publicado no Correio da Manhã de 27/03/2015)
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