sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Em torno do Papa

Papa celebra no Cenáculo
Foto: AFP PHOTO/ POOL/ ANDREW MEDICHINI  retirada daqui
Três cardeais criaram um grupo de apoio ao Papa a que deram o nome de “Cenáculo do Papa Francisco”. Na intimidade do Cenáculo, Jesus tomou a última ceia com os seus apóstolos para, depois, enfrentar a sua paixão e morte na cruz. Deixou-lhes as suas últimas recomendações e a promessa de estar sempre com eles.

Walter Kasper, Francesco Coccopalmerio e Gualtiero Bassetti, cardeais próximos do Papa, agregaram a si outros clérigos e leigos, homens e mulheres, teólogos e jornalistas, e organizam-se para difundir as ideias do Papa cerrando fileiras contra os “lobos” que continuam a acossar o líder da Igreja Católica – relata o sítio de informação religiosa “Religión Digital”, que classifica esta iniciativa como um “clube de defensores das reformas de Bergoglio”.

Juntaram-se para, em primeiro lugar, “defender o papado e o atual bispo de Roma”; e, em segundo, “difundir o seu pensamento, as suas ideias sobre a Igreja, a sua teologia do povo e para o povo, a sua sensibilidade evangélica e a sua proximidade a toda o tipo de pessoas, sejam quais forem as suas ideias e crenças”, declarou a esse sítio o teólogo José María Castillo.

Para este sacerdote jesuíta é mais relevante “defender a vida das pessoas, a dignidade dos seres humanos, os direitos de todos”, do que “defender ‘dogmas’ e a ‘ortodoxia’ doutrinal”, ainda que isso seja importante. Esse posicionamento está alinhado com o Papa que está “profundamente convencido que só mediante o Evangelho, feito vida em nós, a Igreja tem sentido e pode cumprir a sua missão no mundo”.

Seria bom que nas dioceses espalhadas pelo mundo se replicasse essa ideia e surgissem grupos que congregassem personalidades relevantes em torno das ideias do Papa Francisco. E que fizessem a sua inculturação no contexto local em que professam a sua fé.

Esse grupo poderia – se constituído por peritos de diferentes áreas – refletir sobre a atualidade. E, à luz do Evangelho, da Doutrina Social da Igreja e das palavras do Papa, assessorar o bispo de cada Diocese nas suas tomadas de posição públicas. O resultado seria que estas teriam uma fundamentação maior do que a habitual e, em consequência disso, um impacto mais relevante nos órgãos de comunicação social e na formação da opinião pública.

(Texto publicado no Correio da Manhã de 27/02/2015)

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