Encontro do Papa com os consagrados no dia 01/02/2016 Foto retirada daqui |
Na Europa,
Estados Unidos e Canadá os sacerdotes, os religiosos e as religiosas são cada
vez menos e mais idosos. Na América Latina aumentam ligeiramente. Já no
continente africano e asiático a Igreja rejuvenesce-se e aumentam os que optam
por uma vida de consagração. Graças ao contributo destes continentes o número
dos consagrados tem aumentado nos últimos anos. Contudo, ainda se está longe de
atingir o pico que se registou no final dos anos 60, em que haveria mais de 1,5
milhões de consagrados. De acordo com as estatísticas da Santa Sé, em 2013
havia no mundo 1,2 milhões de consagrados.
A diminuição
das vocações, sobretudo no mundo ocidental, tem feito com que os critérios de
admissão aos seminários e às casas de formação religiosa sejam menos rigorosos
do que num passado recente, quando ainda havia candidatos em abundância. O Papa
Francisco tem consciência que assim acontece. Num encontro com cinco mil consagrados,
em Roma, no passado dia 1, denunciou que algumas congregações, devido à sua
esterilidade vocacional, recorrem ao que chamou a “inseminação artificial”.
Como têm
falta de vocações, deixam entrar todos os que aproximam sem o devido
discernimento. Ou, então, recrutam na Ásia e em África para viabilizar as
comunidades religiosas no Ocidente. “Não!”, exclamou o Papa. “Deve-se recrutar
com seriedade! Deve-se discernir bem se existe uma verdadeira vocação e
ajudá-la a crescer”, disse.
Quando se procede levianamente na consagração de
pessoas que não reúnem as condições para abraçar este estilo de vida, para além
de não se resolver o problema da falta de consagrados, geram-se outros. São
disso um bom exemplo os párocos que, por não serem líderes, têm dificuldade em
orientar as suas comunidades e em gerir os conflitos. Esses, em vez de serem
parte da solução, são parte dos problemas. E, por vezes, são até os
instigadores das controvérsias.
(Texto publicado no Correio da Manhã de 05/02/2016)
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