Foto retirada daqui |
Os mais destacados líderes políticos e empresários do
mundo refletem sobre a “quarta revolução industrial”. Em Davos, uma pequena
localidade dos alpes suíços, decorre o 46º Fórum Económico Mundial, que se
iniciou na quarta e termina amanhã. A primeira revolução industrial foi
provocada pela máquina a vapor, a segunda pela eletricidade e a terceira pela
eletrónica e robótica. A quarta desenvolve-se devido à combinação de diversos
fatores e das tecnologias digitais.
Numa mensagem dirigida ao Fórum, o Papa Francisco defende
“a necessidade de criar novos modelos empresariais que, enquanto promovem o
desenvolvimento de tecnologias avançadas, sejam capazes também de utilizá-las
para criar trabalho digno para todos, manter e consolidar os direitos sociais e
proteger o meio ambiente”.
O Papa aproveitou ainda para apelar aos mais ricos e
poderosos do mundo que não esqueçam os mais pobres. E mais uma vez ergueu a sua
voz para denunciar a “cultura do descarte” e da indiferença perante a exclusão
e o sofrimento de tantas pessoas, em todo o mundo. “Não devemos permitir jamais
que a cultura do bem-estar nos anestesie” Desafiou os que têm nas mãos os
destinos do mundo “a garantir que a vinda da ‘quarta revolução industrial’, os
efeitos da robótica e das inovações científicas e tecnológicas não levem à
destruição da pessoa humana – ao ser substituída por uma máquina sem alma – nem
à transformação do nosso planeta num jardim vazio para deleite de poucos
escolhidos”.
Na verdade, uma economia e uma tecnologia que não colocam
a pessoa humana no centro das suas preocupações, rapidamente resvalam para uma
“economia que mata” e uma tecnologia que gera ainda mais exclusão social. O
Papa deseja que o Fórum contribua para corrigir essa tendência e promova “a
defesa e salvaguarda da criação” e um “progresso que seja mais saudável, mais
humano, mais social, mais integral”.
(Texto publicado no Correio da Manhã de 22/01/2016)
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