| O concílio de Niceia, fresco no Salão Sistino, Vaticano Foto: Wikimedia Commons |
Esta viagem foi anunciada pelo Papa Francisco em novembro de 2024, com o objetivo de celebrar os 1700 anos do Concílio de Niceia (325), o primeiro ecuménico, porque todos os bispos foram convocados para refletirem questões teológicas e disciplinares a aplicar a toda Igreja.
Nos inícios do século IV discutia-se a divindade de Jesus e se tinha a mesma natureza divina do Pai. Foi em Niceia que se definiu que Jesus é verdadeiramente Deus e a sua consubstancialidade com o Pai. Essa formulação foi introduzida no Credo, o qual elenca os principais conteúdos da fé cristã. Com pequenas alterações introduzidas alguns anos depois (381) em Constantinopla, a atual Istambul, é rezada todos os domingos pelos católicos na missa. É também professada pela Igreja Ortodoxa, bem como por outras igrejas cristãs, aquelas que aceitam a validade dos concílios da igreja primitiva.
O Concílio de Niceia celebrou-se na atual İznik, na província turca de Bursa, que Leão XIV visitou sexta-feira. Realizou-se apenas doze anos após a proclamação do Édito de Milão (313) em que Constantino declarou o Império Romano como neutro em relação a qualquer religião, pondo fim às perseguições que fustigaram sobretudo os cristãos.
Em Niceia consolidaram-se alguns dos conteúdos fundamentais da fé cristã. Ali puderam reunir-se bispos de todo o mundo, graças à liberdade religiosa recentemente instaurada no Império Romano. Por isso a Turquia é tão importante para o cristianismo e justifica uma visita do Papa.



