A sé ou catedral de uma diocese é assim denominada porque nela se encontra a cadeira – sede ou cátedra – do seu bispo titular. No caso da diocese de Roma, essa igreja não é a Basílica de S. Pedro, mas a Basílica de S. João de Latrão.
A catedral é considerada a mãe de todas as igrejas da respetiva diocese. A Basílica de Latrão ostenta na sua fachada o título de Mater omnium Ecclesiarum (Mãe de todas as Igrejas), como lembrou o Papa Leão XIV, este domingo, quando assumiu solenemente a diocese de Roma. Esse título refere-se não apenas às igrejas da diocese de Roma, mas de todo o mundo.
Na homilia dessa celebração de tomada de posse da cátedra de S. João de Latrão, Leão XIV recuperou as reflexões do seu antecessor, o Papa Francisco, sobre a dimensão materna da Igreja, cujas características seriam “a ternura, a disponibilidade para o sacrifício e a capacidade de escuta que permite, não só socorrer, mas muitas vezes prover às necessidades e às expectativas, antes mesmo que sejam manifestadas”.
O desejo do novo bispo de Roma é que essas características cresçam e se desenvolvam, não só entre os seus diocesanos romanos, mas também entre todos os católicos do mundo, a começar por ele. Leão XIV, ao assumir a diocese de Roma, disponibilizou-se para fazer caminho com os seus diocesanos e assumir as suas “alegrias e dores, fadigas e esperanças”. Assumiu como suas as palavras de João Paulo I que, quando tomou posse da Basílica de Latrão, disse: “Posso assegurar-vos que vos amo, que desejo apenas estar ao vosso serviço e colocar à disposição de todos as minhas pobres forças, o pouco que tenho e que sou”.
Este Papa demonstra, não só uma profunda humildade em relação aos seus antecessores, mas também a preocupação de, sem os imitar, dar continuidade aos seus pontificados. Ao de Francisco, principalmente.