quarta-feira, 16 de outubro de 2024

O cardeal duplamente franciscano

Cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus
Foto: Santuário de Fátima
O cardeal Leonardo Ulrich Steiner presidiu à peregrinação de outubro no Santuário de Fátima, que decorreu no passado fim de semana. Nasceu no Sul do Brasil, no estado de S. Catarina, onde se concentraram muitos emigrantes alemães no século passado. Como o seu nome indica, tem ascendência alemã. Pertenceu à Ordem dos Frades Menores de S. Francisco, antes de ser bispo.

Desde 2019, o cardeal Steiner é arcebispo de Manaus, na Amazónia. É um homem do Sul que assumiu como suas as preocupações dos homens e mulheres da Amazónia, sobretudo dos indígenas. De tal forma que a Câmara Municipal de Manaus lhe conferiu, em junho deste ano, o título de “cidadão manauara”. Na cerimónia em que o cardeal foi homenageado com esse título, foi destacada a rapidez com que ele conquistou a simpatia de todos. Manaus descobriu nele um bispo que se faz presente “no meio do povo de rua, no cemitério ou num caminhão descarregando cilindros de oxigênio durante a pandemia da Covid-19”.

O seu timbre franciscano transpareceu bem nas palavras que dirigiu à multidão, reunida na Cova da Iria. No final da procissão de velas expressou a sua preocupação, tão franciscana, com a degradação ambiental da Casa Comum. S. Francisco de Assis cantou e rezou o amor à criação, chamou irmãos a todos os seus elementos. O Papa, em sintonia com o nome do santo que adotou, tem feito da ecologia uma das suas causas.

No dia 13, na homilia da missa, o cardeal disse que veio a Fátima rezar “pelos indígenas”, para que “cesse o desmatamento, termine a pesca predatória, desapareça o garimpo ganancioso, destruidor e predador”.

O cardeal Leonardo Steiner é um filho de S. Francisco. E é um bispo que tem “o cheiro a ovelhas” dos pastores que caminham com o seu povo, “por vezes à frente, por vezes no meio e outras atrás”. Como preconiza o Papa Francisco.

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