O Papa Francisco está nos antípodas
da Europa, tanto geográfica como eclesialmente. Saiu do Vaticano a 2 de
setembro em direção à Indonésia, passará pela Papua-Nova Guiné e por Timor-Leste.
Termina a visita em Singapura, de onde regressará no próximo dia 13. Será a sua
viagem mais longa, por dois continentes: a Ásia e a Oceânia.
As comunidades que o Papa vai
visitar contrastam fortemente, em muitos aspetos, com a realidade eclesiástica europeia
e ocidental. Uns dias antes da partida de Francisco foi divulgado um breve
documentário sobre religiosas que desenvolvem a sua atividade na parte
indonésia da ilha do Bornéu: são uma comunidade de Irmãs da Caridade de Santa
Joana Antida, muitas oriundas do grupo étnico Dayak, que habita na floresta
tropical daquela parte da ilha.
O documentário foi editado por Marianna
Beltrami (inglesa) e Sebastiano Rossitto (italiano) a que deram o título “As
Irmãs Dayak”. Acompanharam as religiosas nas suas atividades quotidianas e
constataram no documentário que “as irmãs não são só guardiãs da fé, mas também
protetoras incansáveis da cultura indígena e da floresta”.
Os jovens documentaristas
mergulharam na floresta tropical e revelam, em apenas 24 minutos, uma Igreja
viva, jovem, alegre e solidária. O documentário permite aceder a um mundo “onde
tudo permanece autêntico e onde a presença da Igreja apenas enriquece um tecido
social já caracterizado por um forte sentido comunitário, sem impor outros
modos de ser, mas entrelaçando-se com harmonia e paz entre si e com a Criação”,
segundo o sítio Vatican News.
Esta viagem do Papa ao outro lado do
mundo contribuirá para demonstrar que o catolicismo se pode desenvolver e que
rejuvenesce noutras paragens. Este contraste com um catolicismo que envelhece e
definha no Ocidente pode, e deve, ser muito inspirador.
(Texto publicado no Jornal de Notícias de 04/09/2024)
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