Papa receita romances e poemas aos padres Foto retirada daqui |
O Papa Francisco tem-nos habituado nas suas intervenções a abundantes citações dos mais variados poetas. Há um ano, quando esteve em Portugal, logo no seu primeiro discurso citou Camões, Pessoa, Saramago, Daniel Faria, Sophia e até a fadista Amália. Um comportamento pouco habitual nos seus antecessores.
Nos inícios do seu ministério sacerdotal, com 28 anos, Bergoglio foi professor de literatura numa escola dos jesuítas. Terá sido essa experiência que o ajudou a desenvolver o gosto pela literatura, o qual agora transparece nos seus textos papais.
O Papa decidiu escrever uma carta com o objetivo de “redespertar o amor pela leitura”. Em alguns seminários não é dada a devida importância à literatura, denuncia o Papa, o que “está na origem de uma forma de grave empobrecimento intelectual e espiritual dos futuros sacerdotes”.
Foi divulgada esta carta no domingo 4 de agosto, apesar de ter a data de 17 de julho. Nesse dia, a Igreja celebra o Santo Cura d'Ars, que é o padroeiro dos párocos. O Papa pretende, assim, chamar também a atenção dos párocos para a importância “da leitura de romances e de poemas no caminho do amadurecimento pessoal”.
Quase no final da carta, o Papa conclui: “Com estas breves reflexões, espero ter evidenciado o papel que a literatura pode desempenhar na educação do coração e da mente do pastor ou futuro pastor”. É a literatura que permite “entrar em diálogo com a cultura do seu tempo”, afirma.
O mês de agosto é tempo privilegiado de férias para muitos. O Papa desafia-os a aproveitarem para lerem um bom livro. Para alguns sacerdotes, como é o caso dos párocos no interior do país, este mês é o de maior movimento, pelo que não poderão tirar férias. Contudo, poderão gastar alguns minutos a ler esta carta do Papa – e, depois, a aumentarem a sua relação com as obras literárias.
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