Já passou um ano desde que os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) chegaram a Lisboa. A Câmara Municipal de Lisboa assinalou esta efeméride na segunda-feira, entregando aos trabalhadores que estiveram envolvidos nesse evento um reconhecimento do Papa Francisco.
Mais importante do que celebrar o que aconteceu há um ano é verificar o que significou a JMJ para o país e quais os seus efeitos, nomeadamente junto da juventude. Já são conhecidos os impactos económicos da JMJ: segundo um estudo do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa, a JMJ teve um impacto de, pelo menos, 370 milhões de euros. A Fundação JMJ teve um lucro de mais de 35 milhões de euros.
Há um ano, neste espaço de opinião, expressei o desejo de que “a JMJ deixasse uma marca indelével na juventude portuguesa”. Desejei também que esse efeito viesse a ser verificado para “avaliar o resultado do investimento feito na sua preparação e realização”.
Numa rede social em que partilhei esse texto, Cristina Sá Carvalho, docente da Faculdade de Teologia, deixou o seguinte comentário: “Será crucial proceder a uma avaliação séria do impacto pastoral, vocacional e institucional da JMJ: fala-se continuamente, à exaustão, a partir das fontes e metodologias mais variadas, do impacto económico, mas não é para promover o turismo que os Papas viajam. Poderia seguir-se o excelente e credível exemplo de Colónia e de Madrid e fazer-se posteriormente a devida reflexão”.
Até hoje, não consta que a Igreja tenha promovido qualquer estudo para avaliar o impacto pastoral da JMJ em Portugal: na participação juvenil na vida da Igreja, por exemplo, ou no incremento das vocações. Se algum trabalho existe, seria bom dar-lhe a devida divulgação. Se não foi feito, é muito mais importante fazê-lo do que comemorar a efeméride.
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