quarta-feira, 17 de julho de 2024

Descentralizar a formação dos leigos

Alunos do Curso Básico de Teologia, no Algarve
Foto retirada daqui
Há décadas que se fala em Portugal na necessidade de investir na formação dos leigos para que eles possam assumir melhor as suas responsabilidades na Igreja. Contudo, muito pouco tem sido feito na generalidade das dioceses.

Esta formação laical exige, para além das ciências humanas, uma consistente formação teológica. Uma das maiores dificuldades em promover percursos formativos para os leigos deve-se ao facto de, na maioria das dioceses, não abundarem peritos em ciências teológicas.

No passado, quando todas as dioceses tinham o seu Seminário Maior, havia sempre padres formados que garantiam os estudos teológicos dos seminaristas. Hoje, com a concentração dos seminaristas maiores apenas em Braga, Porto, Lisboa e Évora, a maioria das dioceses desinvestiu na formação de peritos nessas áreas. Nestas cidades encontram-se as principais ofertas formativas para leigos com alguma credibilidade. Nas restantes, verificam-se apenas experiências esporádicas, quase sempre inconsequentes e com pouca profundidade teológica.

São de saudar, no entanto, todas as iniciativas que se desenvolvem longe dos centros teológicos: foi o caso do Curso Básico de Teologia que recentemente se encerrou no Algarve, concluído por 81 alunos. Uma das suas particularidades foi ter sido ministrado on-line. Isso permitiu chegar a diversos pontos da diocese e contar com professores de fora dela. Foi complementada com jornadas intensivas presenciais, as quais permitiram uma maior proximidade e convívio entre os alunos.

A falta de peritos nas dioceses mais distanciadas dos centros teológicos do país, e a rarefação das pessoas pelos extensos territórios do interior, já não são desculpa para adiar e não promover a devida formação laical. A formação on-line é uma solução viável – e a pandemia teve o condão de a disseminar.

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