Foto retirada daqui |
O Papa Francisco regressa da Coreia do Sul já com os
olhos postos na Albânia, nos Estados Unidos e em Espanha. Confirmou esse
programa na conferência de imprensa durante o voo de regresso. Nesse diálogo
com os jornalistas alguns assuntos saltaram para o topo da atualidade, como as
alusões ao bombardeamento norte-americano do autoproclamado Estado Islâmico, à
sua esperança de vida – “dois ou três anos”, disse ele – e a hipótese de vir a
resignar.
Vários outros temas, compreensivelmente, não mereceram o
mesmo destaque. Na resposta a uma questão sobre as próximas viagens, o Papa
revelou que, ainda este ano, irá à Albânia. Visitará aquele país por causa de
os albaneses terem conseguido formar um governo de unidade nacional, com a
participação de islâmicos, ortodoxos e católicos. Se ali foi possível, o Papa
quer animar outros povos a fazerem o mesmo. Até entre nós, portugueses, não é
fácil fazer um governo que coloque o interesse nacional acimas das estratégias
político-partidárias....
Uma outra razão que o leva àquelas paragens é o facto de
a fé ali se ter mantido, apesar de aquele ter sido o único país do bloco de Leste
que incluía o ateísmo prático na sua Constituição. “Se tu ias à missa era
anticonstitucional”, disse o Papa. Para além disso, recordou também, durante a
vigência do regime comunista 1820 igrejas católicas e ortodoxas foram
destruídas e outras foram transformadas em cinemas, teatros e salões de dança...
No próximo ano, atravessa o Atlântico para ir ao Encontro
Mundial da Família em Filadélfia e, eventualmente, passar pelo Parlamento
norte-americano e na sede das Nações Unidas. Depois seguir-se-á a visita ao
Santuário de N. Sra. de Guadalupe, no México. E põe, ainda, a hipótese de
aceder aos inúmeros convites para ir a Santiago de Compostela, em Espanha.
Por imposição do Papa, em todas as viagens fora de Itália
a comitiva, para além dos habituais altos dignatários da Santa Sé, inclui pelo
menos um funcionário de nível inferior. Nesta viagem à Coreia, por exemplo, foi
convidado um telefonista do Vaticano. O Papa pretende, desta forma, demonstrar
que para ele todas as pessoas são importantes, sobretudo as que, habitualmente,
são menos consideradas.
(Texto publicado no Correio da Manhã de 22/08/2014)
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