quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Viagens papais com convidado especial

Foto retirada daqui
O Papa Francisco regressa da Coreia do Sul já com os olhos postos na Albânia, nos Estados Unidos e em Espanha. Confirmou esse programa na conferência de imprensa durante o voo de regresso. Nesse diálogo com os jornalistas alguns assuntos saltaram para o topo da atualidade, como as alusões ao bombardeamento norte-americano do autoproclamado Estado Islâmico, à sua esperança de vida – “dois ou três anos”, disse ele – e a hipótese de vir a resignar.

Vários outros temas, compreensivelmente, não mereceram o mesmo destaque. Na resposta a uma questão sobre as próximas viagens, o Papa revelou que, ainda este ano, irá à Albânia. Visitará aquele país por causa de os albaneses terem conseguido formar um governo de unidade nacional, com a participação de islâmicos, ortodoxos e católicos. Se ali foi possível, o Papa quer animar outros povos a fazerem o mesmo. Até entre nós, portugueses, não é fácil fazer um governo que coloque o interesse nacional acimas das estratégias político-partidárias....

Uma outra razão que o leva àquelas paragens é o facto de a fé ali se ter mantido, apesar de aquele ter sido o único país do bloco de Leste que incluía o ateísmo prático na sua Constituição. “Se tu ias à missa era anticonstitucional”, disse o Papa. Para além disso, recordou também, durante a vigência do regime comunista 1820 igrejas católicas e ortodoxas foram destruídas e outras foram transformadas em cinemas, teatros e salões de dança...

No próximo ano, atravessa o Atlântico para ir ao Encontro Mundial da Família em Filadélfia e, eventualmente, passar pelo Parlamento norte-americano e na sede das Nações Unidas. Depois seguir-se-á a visita ao Santuário de N. Sra. de Guadalupe, no México. E põe, ainda, a hipótese de aceder aos inúmeros convites para ir a Santiago de Compostela, em Espanha.

Por imposição do Papa, em todas as viagens fora de Itália a comitiva, para além dos habituais altos dignatários da Santa Sé, inclui pelo menos um funcionário de nível inferior. Nesta viagem à Coreia, por exemplo, foi convidado um telefonista do Vaticano. O Papa pretende, desta forma, demonstrar que para ele todas as pessoas são importantes, sobretudo as que, habitualmente, são menos consideradas.

(Texto publicado no Correio da Manhã de 22/08/2014)

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