domingo, 5 de janeiro de 2014

Um bom 2014

Foto retirada daqui
Mais um ano chegou ao fim e outro, chamado Novo, se lhe seguirá. Espera-se e fazem-se votos que este seja melhor que o anterior. Para muitos, o último foi bem pior que o anterior.

No nosso país o espartilho da austeridade ditou a perda de empregos e o agravamento das condições de vidas de muitos. Um Verão que se previa o mais frio dos últimos 200 anos, afinal foi bem mais quente, com grandes incêndios que, para além de lançarem a destruição em campos e povoações, ceifaram vidas humanas. O que já não acontecia há alguns anos.

No mundo, catástrofes naturais varreram a China e as Filipinas. A instabilidade política, a guerra e a violência marcaram a atualidade de países como a Síria, o Egipto ou, mais recentemente, a Ucrânia. O terrorismo fez mais de setenta mortos e centenas de pessoas ficaram feridas. Mereceram um maior destaque os ataques na maratona de Boston e ao centro comercial Westgate, em Nairobi, no Quénia. A imigração ilegal vitimou centenas de pessoas. Só no naufrágio ao largo de Lampedusa perderam a vida cerca de quatrocentas pessoas.

Em muitos aspetos, para muitas pessoas e em muitas latitudes, foi um ano para esquecer.

Já para a Igreja Católica, o 13º ano deste milénio não foi de azar, mas bem mais positivo que o anterior. No ano de 2012, documentos confidenciais acabaram nas páginas dos jornais, revelando ao mundo as fragilidades humanas e as intrigas eclesiásticas que grassam no seio da Santa Sé. Foi o escândalo “Vatican Leaks”, como veio a ser conhecido. O ano que se lhe seguiu ficará marcado pelo gesto extraordinário da resignação de Bento XVI e pela consequente eleição do Papa Francisco, a qual significou uma lufada de ar fresco a soprar a partir do Vaticano para toda a Igreja.

Espera-se que 2014 seja o ano em que frutifiquem as ideias que o cardeal Bergoglio carregou desde o “fim do mundo” e semeou durante o ano de 2013. José Manuel Vidal escreve no sítio espanhol “Religión Digital”, de que é diretor, que 2014 será o ano em que se consolidará “a revolução tranquila de Francisco”. O ano em que “a primavera da Igreja florescerá em todas as estruturas e níveis”. Não é ele o único a acalentar essas expectativas e a fazer votos para que assim seja.

(Texto publicado no Correio da Manhã de 03/01/2014)

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