O Sínodo dos Bispos, tal como
se desenvolve na atualidade, é um organismo instituído pelo Papa Paulo VI a 15
de Setembro de 1965, quando ainda decorria o Concílio Vaticano II. Surge como
resposta aos anseios dos padres conciliares de uma maior colegialidade
episcopal, e de uma maior abertura da Igreja à participação de todos, que o
atual Papa quer intensificar. Tem como principal missão ajudar o “Romano
Pontífice” a aclarar e a consolidar as questões de fé, dos costumes e da disciplina,
bem como a relação da Igreja com o mundo, como define o Código de Direito
Canónico, no cân. 342.
Todos os Sínodos têm sido
precedidos por uma consulta aos fiéis de todo o mundo. Todavia, nunca um
documento preparatório teve tanta divulgação mediática como este último. Não foi
só por ter sido anunciado pelo Papa, mas, sobretudo, pela temática que é
colocada à reflexão de todos. São assuntos polémicos, dentro e fora da Igreja, dos
quais os média têm destacado os seguintes: as uniões de facto, os divorciados
recasados, as uniões homossexuais, a adoção de crianças por estes últimos.
Para realizar a auscultação
das pessoas têm-se seguido diferentes metodologias. Nos Estados Unidos, os
bispos confiaram aos párocos a responsabilidade de recolher as respostas dos
seus paroquianos e elaborarem uma síntese de todas as opiniões manifestadas. No
Reino Unido o inquérito foi disponibilizado na Internet e pode ser respondido
de forma anónima, competindo à Conferência Episcopal retirar as conclusões a
enviar para Roma. No nosso país, ainda não foi definida a forma como os fiéis
vão ser ouvidos.
Como resultado desta auscultação
e da reflexão dos bispos durante o Sínodo, será publicada uma Exortação
Apostólica, assinada pelo Papa. Não se preveem mudanças na doutrina católica
sobre o matrimónio e a família, mas é razoavelmente seguro que a forma da Igreja
lidar com estas questões não será a mesma depois deste Sínodo.
(Texto publicado no Correio da Manhã)
(Texto publicado no Correio da Manhã)
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