Apesar de este ser o
verdadeiro sentido da solenidade, que hoje se comemora, nos últimos anos, por
ser feriado, aproveitava-se esta data para fazer a visita aos cemitérios.
Antecipava-se assim para o dia anterior o que deveria acontecer no seguinte, o dia
dos Fiéis Defuntos. Com o passar dos anos, generalizou-se a ideia de que este
era o dia próprio para ir aos cemitérios. Transformaram-se, assim, os Santos em
Finados.
Por isso, estranhou-se que a
Igreja tivesse aceitado suprimir este em vez de outro feriado religioso, como
por exemplo o 15 de Agosto. Esta teria sido provavelmente uma melhor opção. A
maioria dos trabalhadores, devido ao calendário letivo, tem de marcar as suas
férias para esse mês, pelo que a supressão do feriado não iria afetar as
inúmeras festas que acontecem nessa data, em todo o país – uma das razões
invocadas para o manter. Mas não foi esta a opção seguida, diz-se que por
pressão da Madeira e do seu presidente regional.
Este ano, os Fiéis são a um sábado,
pelo que muitos poderão visitar o cemitério. Neste sentido, é uma oportunidade
para a Igreja libertar os Santos da recordação dos defuntos e fazer, no dia que
lhe pertence, as orações de sufrágio, nos cemitérios. No próximo ano ainda se
poderá desenrolar esse ritual no dia certo, pois será um domingo. Nos anos seguintes,
terá de se encontrar a data mais propícia, sábado ou domingo, para fazer essa homenagem
aos entes queridos. Dificilmente voltará a ser nos Santos, pelo menos, enquanto
se mantiver a supressão do feriado.
Duvida-se, valha a verdade, dos
benefícios que possam advir para a economia do país da supressão de um feriado.
Mas, pelo menos, a Igreja Católica ganhou com a purificação do dia de Todos os
Santos do contágio dos sentimentos próprios do dia de Fiéis Defuntos.
(Texto publicado no Correio da Manhã)
(Texto publicado no Correio da Manhã)
Sem comentários:
Enviar um comentário