O acontecimento mais marcante deste ano para a vida da Igreja Católica foi o falecimento do Papa Francisco. Para muitos – particularmente para os que se aproximaram ou reaproximaram da Igreja – deixou-lhes um sentimento de orfandade que Leão XIV não conseguiu colmatar: têm ainda dúvidas se ele dará continuidade ao dinamismo e à reforma que Francisco introduziu.
É evidente que o estilo do atual Papa é totalmente diferente do anterior. Mais sereno e contido nas suas intervenções. Mais cauteloso e muito preocupado em criar pontes, em superar divisões, para evitar cismas no interior da Igreja. Contudo, embora em alguns aspetos já tenha feito certas cedências aos “retrocedistas”, tem dado sinais da sua sintonia com Francisco e do seu empenhamento em consolidar, e levar por diante, a renovação por ele iniciada.
Este ano assinalaram-se duas efemérides relativas ao primeiro e ao último concílio ecuménico da História da Igreja. Um nos seus inícios – os 1700 anos do Concílio de Niceia; outro mais recente – os 60 anos do Concílio Vaticano II.
Seis décadas após a conclusão do Vaticano II verifica-se, sobretudo no Ocidente, uma diminuição da prática religiosa. Este declínio para uns é o resultado da não implementação do Concílio; para outros, é o próprio Vaticano II a causa desta situação.
Entre estas duas tentações – a da “nostalgia pelo passado e a [da] expectativa de um futuro incerto” – Frei Roberto Pasolini conclui que a Igreja está a ser chamada a viver processos de renovação baseados na confiança, no diálogo e na fidelidade ao Evangelho. Frei Roberto expôs esta convicção à Cúria Romana antes do Natal, numa meditação de Advento.
Foi este dinamismo que o Papa Francisco procurou implementar na Igreja e que Leão XIV já demonstrou querer continuar e consolidar.
Votos de um bom ano de 2026!

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