quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Construir a esperança nas prisões

Os temas da reclusão e da liberdade mereceram destaque no início do Jubileu da Esperança e no seu encerramento. No dia seguinte à abertura da primeira Porta Santa, no dia 25 de Dezembro, no Vaticano, o Papa Francisco deslocou-se à cadeia de Rebibbia, em Roma, para, também aí, criar uma porta jubilar destinada aos homens privados de liberdade.

Um gesto inédito na história dos jubileus. Habitualmente, são abertas as portas das quatro Basílicas Maiores de Roma (S. Pedro, S. Paulo, S. João de Latrão e S. Maria Maior). Em 2025 o Jubileu teve cinco portas jubilares em Roma.

Este domingo celebrou-se o Jubileu dos Reclusos, o último dos grandes eventos jubilares antes do seu encerramento no próximo dia 6 de janeiro.

A cadeia é um local em que, habitualmente, pontifica a tristeza, a revolta, o desespero... Um lugar em que é necessário implantar a esperança. Por isso, faz todo o sentido que tenha merecido este destaque no Jubileu da Esperança.

Na tradição judaica, “o Jubileu era precisamente um ano de graça em que a cada um se oferecia, de muitas maneiras, a possibilidade de recomeçar”, recordou Leão XIV na homilia da missa dessa celebração. O Papa está consciente dos problemas que afetam o meio prisional, nomeadamente a “sobrelotação” e a falta de empenho “para garantir programas educativos estáveis de reabilitação e oportunidades de trabalho”.

De facto, investem-se muitos mais recursos humanos e financeiros na segurança e reclusão dos indivíduos do que na sua reinserção. Para já não falar na prevenção da criminalidade...

A prisão, mais do que um local de punição, deveria tornar-se numa oportunidade de relançar a própria vida. Até porque, referiu Leão XIV, como “nenhum ser humano se reduz ao que fez”, o tempo de reclusão deveria converter-se num “processo de reparação e reconciliação”.

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