Iniciou-se a campanha eleitoral. Os candidatos procuram consolidar a sua base eleitoral de apoio e convencerem os indecisos a elegê-los no próximo dia 10 de março.
Não é correto, padres ou bispos dizerem aos católicos o partido em que deverão votar. Felizmente, são cada vez menos aqueles que se atrevem a fazê-lo. É mais habitual condenarem a abstenção e apelarem ao dever de votarem.
Correto é dar critérios para discernir esse direito e dever de votar. Santo Inácio, o fundador dos jesuítas, apurou a arte do discernimento, há 500 anos. “Será possível – inspirando-nos na tradição espiritual inaciana – enunciar alguns princípios e critérios que ajudem a formar uma opinião e consequente escolha, ao aproximar-se um ato eleitoral?”. A questão é levantada pelo padre jesuíta Miguel Gonçalves Ferreira, num artigo publicado no sítio Ponto SJ: “Regras para ordenar-se no votar”.
Apoiando-se nos “Exercícios Espirituais” redigidos por Santo Inácio, o Pe. Miguel propõe uma série de ideias que poderão ajudar os eleitores a discernirem melhor a orientação do seu voto. Pois “o momento da escolha deve ser ponderado e sereno, e não agitado ou precipitado”.
O padre jesuíta sugere que cada um considere a sua situação pessoal e a situação do país. Depois deve concentrar-se nas ideias e propostas dos programas eleitorais e nos candidatos que as defendem. Finalmente, deverá avaliar se a sua decisão tem em conta o bem comum ou apenas os interesses pessoais. Deverá, também, ter em consideração os eventuais “dilemas de consciência” que a sua escolha implica, pois poderá ter de “optar pelo menos mau”.
Quem ainda está indeciso, ou quem decidiu precipitadamente, deveria ler o artigo do Pe. Miguel Gonçalves Ferreira. Ele não indica em quem se deve votar, mas orienta bem o discernimento a fazer para tomar tal decisão.