O Papa Francisco encontrou-se pela quinta vez com o realizador Martin Scorsese. Foi um encontro entre “dois grandes homens de génio e experiência”, escreveu o padre jesuíta António Spadaro numa publicação da rede social X. Para ambos “a figura de Jesus tem um fascínio e um valor extraordinário”. Por isso, procuram dialogar sobre ele e encontrarem-se quando podem.
Martin Scorsese estreou em 1988 o filme “A última tentação de Cristo”. Está agora a trabalhar numa nova película sobre Jesus, a qual decidiu fazer, segundo Spadaro, ao ler o prefácio do Papa ao seu livro “Uma Trama Divina: Jesus em Contracampo”.
Esta publicação reúne os comentários de Spadaro aos Evangelhos dominicais, publicados no jornal italiano “Il Fatto Quotidiano”. Ele impôs-se a si próprio o desafio de escrever sobre os Evangelhos “sem cair nas típicas prosas homiléticas que dão por adquiridas tantas coisas – a própria fé – e estão acostumadas a fórmulas óbvias”, refere numa Nota do Autor no final do livro.
No prefácio a essa obra, o Papa afirma que “abrir os Evangelhos é como olhar por uma câmara de filmar que nos mostra Jesus em ação”. O livro de Spadaro é uma particular apropriação da figura de Jesus: “Parece mesmo o olhar do cinema”, escreve Francisco.
Termina o prefácio com um apelo: “Neste tempo de crise da ordem mundial, de guerra e de grandes polarizações, de paradigmas rígidos, de graves desafios a nível climático e económico, precisamos da genialidade de uma linguagem nova, de histórias e imagens poderosas, de escritores, poetas, artistas capazes de gritar ao mundo a mensagem evangélica, de nos fazer ver Jesus”.
Scorsese está a procurar corresponder ao apelo do Papa. Nós, padres, que pregamos o Evangelho todos os domingos, devíamos esforçar-nos por o fazer com essa “linguagem nova” que o Papa pede aos artistas.
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