O Papa Francisco agradeceu aos jornalistas o “trabalho que realizam informando leitores, ouvintes e espectadores sobre a atividade da Santa Sé”. Fê-lo, esta segunda-feira, num encontro com os membros da Associação Internacional de Jornalistas Credenciados junto do Vaticano.
“Ser jornalista é uma vocação”, disse o Papa. Aqueles que se dedicam a informar são chamados a “conhecer e contar” e a “cultivar um amor incondicional pela verdade”. Em relação ao tratamento que é dado à atualidade religiosa, o Papa expressou a sua gratidão pela “delicadeza” e o “respeito” com que tantas vezes tratam os escândalos que envolvem a Igreja.
O Papa agradeceu aos jornalistas o esforço de desenvolverem um “olhar que sabe ver além das aparências”: não se deixarem arrastar pela “superficialidade dos estereótipos”, nem contagiar pelas “fórmulas pré-confecionadas da informação-espetáculo”. Perante 150 jornalistas, o Papa reconheceu que um trabalho jornalístico sério e aprofundado faz tanto bem ao “Povo de Deus” como à própria Igreja, a qual “tem um longo caminho a percorrer para comunicar melhor”.
Desafiou os profissionais da informação a resistirem à tentação “da comunicação de massas a manipular a imagem da Igreja”, citando o vaticanista (especialista em assuntos da Santa Sé) Luigi Accattoli, que há poucos dias completou oitenta anos e acompanhou os Papas em muitas viagens.
Não é com discursos envinagrados contra os jornalistas que se consegue uma melhor informação religiosa. Pelo contrário, é necessário cuidar a forma como se comunica, clarificando os conteúdos. Deve reconhecer-se e elogiar o que é bem feito, mesmo que contenha críticas. O acesso à informação deve ser facilitado, mostrando disponibilidade para colaborar no aprofundamento dos assuntos religiosos. Com dois sentidos, a comunicação flui melhor.
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