quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

O que diz o silêncio do presépio

Presépio da Praça de S. Pedro
Foto: REUTERS/Remo Casilli retirada daqui
 
O presépio ainda vai aparecendo, mesmo nos espaços públicos, a recordar o que se celebra no Natal – o nascimento de Jesus em Belém!

Este ano celebram-se os 800 anos do presépio ao vivo, idealizado por S. Francisco de Assis e representado durante a celebração da missa da meia-noite do Natal de 1223, em Greccio, no Vale de Rieti, em Itália.

No sábado passado foi inaugurado o presépio e iluminada a árvore, que costumam decorar nesta quadra natalícia a Praça de S. Pedro, no Vaticano homenageando esta iniciativa de S. Francisco. Como pano de fundo aparece o afresco que, em Greccio, assinala o local onde o santo fez a representação da Natividade. Com as tradicionais figuras de Jesus, Maria e José, está também representado o próprio S. Francisco e mais alguns frades franciscanos.

Na inauguração do presépio, o Papa apelou ao silêncio e à oração diante dele: “Silêncio para poder ouvir o que Jesus nos diz a partir daquela ‘cátedra’ singular que é a manjedoura. Oração para expressar a maravilha, a ternura e talvez as lágrimas que a cena da Natividade suscita em nós”, disse o Papa.

O bispo D. Carlos Azevedo recorda, no Facebook, que as representações de Maria com o Menino aparecem desde os primeiros séculos do cristianismo. Explica o sentido simbólico de alguns elementos do presépio, como a inclusão do boi (Israel) e do jumento (os pagãos), que não aparecem nos Evangelhos. O Cristianismo surge com a vocação universal de congregar todos os povos, mesmo os mais distantes, simbolizados pelos Reis Magos.

Um mundo em guerra, como é o nosso, precisa de olhar para o presépio e deixar-se contagiar pela sua mensagem de reconciliação e inclusão. Este mundo consumista, dominado pela agitação e ruído, deveria deixar-se interpelar pelo silêncio e despojamento de um Deus que escolheu nascer pobremente em Belém.

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