Cardeal Eduardo Pironio e Cardeal Angelo Becciu |
A Cúria Romana, como todas as circunstâncias humanas, pode levar à perdição ou à santificação. Disso são um exemplo os cardeais Angelo Becciu e Eduardo Pironio.
O cardeal Angelo Becciu, com 75 anos, foi uma espécie de chefe de gabinete dos Papas Bento XVI e Francisco entre 2011 e 2018 e Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, de 2018 a 2020. No sábado passado, foi condenado a cinco anos e meio de prisão efetiva por peculato, abuso de poder, corrupção e branqueamento de capitais.
No mesmo dia o cardeal Eduardo Pironio (1920-1998) foi beatificado numa celebração junto da Basílica de Nossa Senhora de Luján, na Argentina. Esta é a última etapa antes de ser proclamado santo.
Em 1975, Paulo VI chamou-o para a Cúria Romana. No dia em que assumiu essas responsabilidades escreveu no seu diário: “Quanto me custou deixar a diocese, a família e a pátria, os amigos e os parentes! Agora estou sozinho no caminho: mas o Senhor está comigo.”
O cardeal Fernando Vérgez, que foi secretário de Pironio em Roma, presidiu à sua beatificação e recordou “a sua paz interior e a sua profunda amizade com Deus”.
Entre 1984 e 1996, Pironio foi presidente do Pontifício Conselho para os Leigos. Nessa qualidade colaborou com João Paulo II na promoção da formação laical e na criação das Jornadas Mundiais da Juventude.
No final da oração do Angelus, no domingo passado, o Papa Francisco classificou o cardeal Pironio como um “pastor humilde e zeloso, testemunha da esperança, defensor dos pobres”.
As mesmas circunstâncias podem fazer o ladrão ou o santo. Em relação à Cúria Romana, tudo depende como se encara essa posição. Se é vivida como uma promoção, é fácil deixar-se corromper e perder o sentido de missão. Se é vivida com humildade e como um serviço à Igreja, então será, seguramente, um caminho de santidade.
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