Imagem televisiva da eleição do Papa a 13/03/2013 Foto retirada daqui |
O cardeal Jorge Mario Bergoglio calçou as sandálias do
pescador há três anos e já calcorreou quatro dos cinco continentes. A sua
mensagem e, particularmente, os seus gestos, têm tido uma repercussão global.
Para o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, ele é cada vez mais “o líder
moral” do planeta: “A humanidade olha o Papa Francisco como uma pessoa que a
ajuda a encontrar orientação, a encontrar uma mensagem de referência numa
situação que – em muitos aspetos – é de grande incerteza”, afirmou.
Francisco aparece num momento em que a humanidade atravessa
uma crise global e se sente órfã de líderes que a conduzam com segurança. Por
isso, rapidamente, adotou-o como um pai. Uma paternidade moral e planetária,
que ele tem exercido com firmeza, assim como com ternura e misericórdia.
É um Papa particularmente atento aos mais desfavorecidos
e às “periferias existenciais e geográficas”. Mas não deixa de ser exigente e
determinado, sobretudo com os que lhe estão mais próximos, como a Cúria Romana.
Como um verdadeiro pai de família, “ama os seus filhos, ajuda-os, cuida deles, perdoa-os”.
E, como pai, “educa-os e corrige-os quando erram, favorecendo o seu crescimento
no bem”. As palavras são de Francisco referindo-se à misericórdia divina, mas
traduzem bem a forma como ele tem exercido o seu Pontificado.
Tem sido também um verdadeiro Pontífice, no sentido em
que é um fazedor de pontes. Tem promovido a reconciliação do mundo com a Igreja
na forma como aborda as chamadas questões fraturantes, procurando ser inclusivo.
Tem contribuído para a reconciliação entre povos desavindos. Tem promovido o
diálogo inter-religioso (entre diferentes credos) e ecuménico (entre cristãos
de diferentes igrejas).
É esta forma de proceder que lhe tem dado uma
popularidade global. Mas também lhe tem valido as críticas dos que receiam
aventurar-se em caminhos não trilhados.
(Texto publicado no Correio da Manhã de 11/03/2016)
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