Festa da luz para celebrar o irmão Roger Foto retirada daqui |
A comunidade de Taizé celebrou este domingo
os setenta e cinco anos da sua criação, bem como o centésimo aniversário do seu
fundador, o irmão Roger Schutz, e os dez anos da sua morte.
O Papa Francisco mencionou essas efemérides
na Audiência geral de quarta-feira. No domingo já tinha enviado uma mensagem
pelo cardeal Kurt Koch, na qual classifica a comunidade “como uma verdadeira
‘parábola de comunhão’, que, até hoje, vem desempenhando um papel importante
para construir pontes de fraternidade entre cristãos”. Nessa mensagem refere as
principais características da experiência de Taizé: a oração, a reconciliação e
a solidariedade, que atraem jovens de todo o mundo. Entre 9 e 16 de Agosto, reuniram-se
naquela pequena aldeia da Borgonha mais de sete mil jovens.
“Ao buscar com paixão a unidade da Igreja Corpo
de Cristo, o irmão Roger abriu-se aos tesouros depositados nas diversas
tradições cristãs, sem com isto romper com a sua origem protestante. Pela
perseverança que demonstrou durante a sua longa vida, ele contribuiu para
modificar as relações entre cristãos ainda separados, traçando para muitos um
caminho de reconciliação”, escreveu o Papa.
Recorda também que o irmão Roger “amava os
pobres, os desfavorecidos, os que, aparentemente, não contam. Ele mostrou, por
sua existência e pela de seus irmãos, que a oração caminha junto com a
solidariedade humana”.
O atual líder da comunidade, o irmão Alois,
num encontro com os jovens, atualizou as preocupações do seu antecessor e falou
dos novos sofrimentos, como são as populações deslocadas, catástrofes
ecológicas, desemprego em massa, violências... “Tudo isso reclama novas
solidariedades”. Propôs mesmo, em sintonia com o que têm dito os últimos papas,
a criação de “instâncias supranacionais e mesmo de uma espécie de autoridade
universal, que fixe as regras para assegurar uma maior justiça e para manter a
paz”, como se pode ler no blogue “Religionline”, num texto de António Marujo,
que tem acompanhado as celebrações em Taizé.
(Texto publicado no Correio da Manhã de 21/08/2015)
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