Foto retirada daqui |
Os presidentes de Cuba e dos Estados Unidos da América (EUA)
anunciaram quarta-feira, numa declaração proferida à mesma hora, que iriam
retomar as relações diplomáticas, suspensas há mais de cinquenta anos.
Ambos os presidentes sublinharam o papel da diplomacia
vaticana para conseguir aquela que foi definida por Barack Obama como “a mais
significativa das mudanças na política dos EUA em relação a Cuba, nos últimos
50 anos”. O presidente cubano, Raul Castro, agradeceu explicitamente “o apoio
do Vaticano e do Papa Francisco por ter contribuído para melhorar as relações
entre Cuba e os Estados Unidos”.
“No decorrer dos últimos meses – revela um comunicado da Secretaria
de Estado do Vaticano – o Santo Padre Francisco escreveu ao Presidente da
República de Cuba, Raúl Castro, e ao Presidente dos Estados Unidos, Barack H.
Obama, convidando-os a resolver questões humanitárias de interesse comum, entre
as quais a situação de alguns detidos, com o objetivo de iniciar uma nova fase
nas relações entre as duas partes”.
Graças à intervenção do Papa foi libertado Alan Gross, detido
em Cuba, e três espiões cubanos, presos nos Estados Unidos. Foram gestos que
facilitaram a aproximação entre os dois regimes políticos.
O anúncio da melhoria do relacionamento entre Cuba e os
EUA foi tornado público precisamente no dia em que o Papa completou 78 anos de
idade. Provavelmente, esta foi a melhor prenda de aniversário que o Papa
Francisco terá recebido. No comunicado da Secretaria de Estado é expressa a sua
profunda alegria “pela histórica decisão dos Governos dos Estados Unidos e de
Cuba de restabelecer relações diplomáticas, com o fim de superar, no interesse
dos respetivos cidadãos, as dificuldades que marcaram sua história recente”.
A Santa Sé disponibiliza-se para continuar a “assegurar o
seu apoio às iniciativas que as duas Nações tomarão para incrementar as
relações bilaterais e favorecer o bem-estar dos respetivos cidadãos”, refere o
comunicado.
Quando no mundo se volta a matar e a fazer a guerra em
nome de uma distorcida conceção da religião, é de enaltecer o contributo de um
líder religioso para promover a reconciliação entre dois povos desavindos há
mais de meio século.
(Texto publicado no Correio da Manhã de 19/12/2014)
Sem comentários:
Enviar um comentário