O Papa Francisco procurou exercer a liderança da Igreja Católica com uma simplicidade e proximidade que surpreendeu e fascinou muitos crentes e não crentes.
Na sua primeira aparição pública após a eleição, na varanda de S. Pedro, o novo Papa surgiu sem os vermelhos da romeira e estola pontifícia, previstos pelo protocolo, envergando apenas as vestes brancas papais. Apresentou-se como “bispo de Roma”, perante a multidão que o aclamava. Depois, no Anuário Pontifício, determinou que aparecesse apenas como “Francisco, bispo de Roma”. Todos os títulos históricos, como o de Sumo Pontífice, ficaram relegados para outra página.
Desde o início, Jorge Mario Bergoglio deu sinais claros de que preferia uma Igreja despida do supérfluo, da sumptuosidade, de tudo aquilo que complica o anúncio de um Jesus Cristo pobre e humilde. Já se sabia que pretendia ser sepultado na Basílica de S. Maria Maior, em Roma. Soube-se agora que deixou escrito que o “túmulo deve ser no chão; simples, sem decoração especial e com uma única inscrição: Franciscus”. Determinou também que se localizasse num corredor lateral, próximo do altar onde se encontra o ícone bizantino “Salus Populi Romani” (Protetora do Povo Romano), no qual é representada a Virgem Maria com o Menino Jesus ao colo.
Diante dessa imagem rezou muitas vezes quando era cardeal. Como Papa, antes de todas as viagens, ali se deslocava para invocar a proteção da Virgem Maria. No regresso, passava por lá para lhe agradecer “o dócil e materno cuidado”, como refere no testamento agora revelado.
As disposições testamentárias de Francisco para a sua sepultura confirmam o desprendimento com que surpreendeu o Mundo no início do Pontificado. Um despojamento que caracterizou estes 12 anos em que calçou as Sandálias do Pescador e que perdurará para além da sua morte.
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