O Papa Francisco instituiu o Dia Mundial dos Pobres, que se celebrará no domingo, pela oitava vez. O tema proposto para este ano é: “A oração do pobre eleva-se até Deus” (cf. Sir 21, 5).
É natural que a frase proposta pelo Papa na mensagem deste ano para assinalar a data suscite algum ceticismo, pois não se verifica imediatamente a intervenção divina para pôr fim às situações de pobreza que se identificam perto ou longe de nós. Antes pelo contrário, vivem-se tempos em que a crise, a pandemia e as guerras têm contribuído para gerar novas bolsas de pobreza. Parece que Deus não escuta a oração do pobre.
O desafio do Papa aos crentes é que leiam o texto bíblico “nos rostos e nas histórias dos pobres que encontramos no nosso dia-a-dia, para que a oração se torne um modo de comunhão com eles e de partilha do seu sofrimento”.
O Papa pede a cada um dos crentes que reze pelas necessidades dos pobres. E que traduza a sua oração em gestos concretos de atenção aos que sofrem. Contudo, adverte o Papa, “a caridade sem oração corre o risco de se tornar uma filantropia que rapidamente se esgota”.
A Madre Teresa de Calcutá, a 26 de outubro de1985, disse na Assembleia Geral da ONU com o terço na mão: “Sou apenas uma pobre freira que reza. Ao rezar, Jesus põe o seu amor no meu coração e eu vou dá-lo a todos os pobres que encontro no meu caminho. Rezai vós também! Rezai, e sereis capazes de ver os pobres que tendes ao vosso lado. Talvez no mesmo andar da vossa casa. Talvez até nas vossas próprias casas há quem espera pelo vosso amor. Rezai, e abrir-se-ão os vossos olhos e encher-se-á de amor o vosso coração”, recordou o Papa.
A oração cristã não é uma fuga da realidade passando para Deus a responsabilidade de corrigir o que está errado. É o elemento que dá consistência à intervenção dos crentes no mundo.
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