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Papa conversa com os jornalistas - Castel Gandolfo (@VaticanNews) |
O cardeal Blase Cupich, de Chicago, decidiu atribuir um prémio ao senador democrata Dick Durbin pelas suas posições pró-imigração. Esta homenagem foi criticada pelos católicos norte-americanos pró-vida pelo facto de o senador ter apoiado iniciativas legislativas contra a criminalização do aborto. Alguns deles apoiam a perseguição aos imigrantes promovida pela administração Trump e defendem a pena de morte. Se o Papa dissesse que concordava com o prémio seria criticado por, ao contrário do que defende a doutrina católica, branquear posições pró-aborto. Se discordasse do prémio, estaria a deixar-se condicionar pelas posições rígidas desses católicos.
Também Jesus Cristo, segundo os Evangelhos, foi confrontado com questões que não procuravam esclarecer uma situação, mas apenas causar-lhe embaraço e reunir argumentos para o condenar. Foi o caso da mulher apanhada em flagrante adultério: perguntaram a Jesus se devia ser apedrejada de acordo com a Lei de Moisés, ou perdoada segundo a misericórdia que pregava. Jesus respondeu. “Quem não tiver pecados que atire a primeira pedra” (Jo 8, 1-11).
Leão XIV respondeu à questão que lhe foi colocada questionando se é possível um católico ser contra o aborto e a favor da pena de morte ou do “tratamento desumano” de imigrantes? Tal como Jesus, percebeu a intenção da pergunta: conduzi-lo a um beco sem saída. Mas o Papa não se deixou encurralar, devolvendo a provocação com uma chamada de atenção aos católicos que se dizem pró-vida, mas que só a defendem no que lhes convém.
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