quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Igreja recupera a proteção das crianças

Papa com as crianças na cimeira a elas dedicada
Foto: Vatican News
A Igreja Católica procura sanar a ferida que os abusos sexuais de menores abriram e credibilizar-se na proteção das crianças. O Papa Francisco convocou peritos de diversas áreas para uma cimeira internacional a que deu o título: “Amemos e protejamos as crianças”. Na abertura dos trabalhos, que decorreram no Vaticano esta segunda-feira, o Papa denunciou a tragédia das “crianças a morrer debaixo das bombas, sacrificadas aos ídolos do poder, da ideologia e dos interesses nacionalistas”.

Esta iniciativa surge na sequência da proclamação do Dia Mundial da Criança, que se celebrou pela primeira vez a 25 e 26 de maio do ano passado. O Papa pretende dar continuidade à reflexão que se produziu na cimeira internacional com a publicação de uma Exortação Apostólica.

Com estas iniciativas o Papa recupera uma das mais relevantes atitudes de Jesus, registada pelo Evangelho: a atenção aos mais pequenos e, como consequência, a promoção da criança. Jesus chega mesmo a apresentá-las como modelo para aquele que queira entrar no Reino dos Céus (Cf. Mt. 18, 1-5). Acolhe-as e abençoa-as, quando os discípulos as consideravam um estorvo e as queriam enxotar (Cf. Mt, 19. 13-15).

Com o escândalo dos abusos de menores no seu interior, a Igreja foi delapidando este património evangélico de proteção e de promoção da criança. Mas tem, entretanto, dado passos seguros para recuperar a credibilidade perdida. Um caminho que se iniciou no pontificado de João Paulo II, aprofundou-se com a determinação de Bento XVI e a que o Papa Francisco tem dado continuidade.

Com a publicação da Exortação Apostólica, o Papa pretende estender a todo o mundo católico o compromisso com os Direitos da Criança. Só assim a Igreja se recolocará em sintonia com a práxis de Jesus, recuperando a credibilidade na proteção e na promoção dos mais pequenos.