Na doença pode experimentar-se o desânimo, o desespero ou a revolta perante a situação que se vive. Não é fácil transmitir esperança a quem sofre. O Papa Francisco está consciente desta dificuldade e ensaia uma resposta para as pessoas que vivem esta situação na mensagem para o Dia Mundial do Doente, que a Igreja Católica assinalou ontem.
O Papa propõe uma reflexão a partir das palavras de S. Paulo: “A esperança não engana” (Rm.5, 5). A que acrescenta: “e fortalece-nos nas tribulações”. Francisco reconhece que são “expressões reconfortantes”, mas difíceis de acolher por quem está gravemente doente.
Todos os que lidam com doentes experimentam a dificuldade em encontrar as palavras certas para lhes transmitir esperança. Alguns acreditam que o sofrimento tem um sentido. Os crentes refugiam-se, por vezes, em abordagens simplistas, como atribuir o sofrimento à vontade de Deus. Constrói-se, então, a imagem de um Deus sádico, que não é o Deus de Jesus Cristo.
Em Jesus Cristo descobrimos um Deus que assume a condição humana, que se faz próximo para combater o que faz sofrer as mulheres e os homens. Disso são testemunho todas as curas que realiza. Em Jesus Cristo revela-se um Deus que quer libertar a pessoa de todo o sofrimento e quer, até, que ela seja feliz para sempre.
O sofrimento não tem sentido nem é querido por Deus. O que tem sentido é a vida – e, quando ela é ameaçada pela doença, a pessoa que faz essa experiência pode então encontrar o verdadeiro sentido da existência.
Essa pessoa não precisa de ouvir palavras, precisa de se escutar. Por isso, faz pouco sentido procurar palavras para dar esperança a um doente: deve é estar-se disponível para o escutar e ajudá-lo a encontrar as respostas que ele próprio tem dentro de si.
Escutar é mais importante do que falar para dar esperança a quem sofre.
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