Completa-se amanhã um ano que mais de um milhar de pessoas participaram na missa do funeral do Pe. António Samelo, em Covões, Cantanhede. Ou melhor: na eucaristia da sua Páscoa, da sua passagem para a Casa do “Deus Pai/Mãe”, com ele costumava dizer.
Algumas pessoas decidiram promover um encontro para celebrar o primeiro aniversário da Páscoa do Pe. Samelo. Decidiu-se que seria em Bragança, onde ele, nos últimos anos, passava algumas das suas férias.
Realizou-se no sábado passado. Participaram 50 pessoas, quase trinta presencialmente – de diversos pontos do país – e as restantes on-line.
Todos estávamos conscientes que não agradaria ao Samelo (era assim que todos o tratávamos) que o encontro servisse apenas para recordar momentos significativos que cada um viveu com ele. Tinha de servir para algo mais. Acolhemos o desafio, que o fazia vibrar, de repensar a Igreja numa lógica mais evangélica em que, pelo Batismo, todos os seus membros têm a mesma dignidade. Isso implica sempre, nas suas palavras, “quebrar ‘o espinhaço’ do diabólico clericalismo”. Via na sinodalidade uma oportunidade para realizar este desígnio.
Esta é uma reflexão que não se conclui em apenas um dia. Saímos dinamizados para a continuar a fazer, individualmente ou em grupos. Voltaremos a promover este encontro, que recebeu o nome “Sal na terra – Samelidades”, no próximo ano, em Coimbra.
Há um ano, eu escrevi neste espaço que “a coerência, a radicalidade, o desprendimento, a disponibilidade e tantas outras qualidades do Samelo, permanecerão na memória daqueles que com ele contactaram. Ele continuará a desafiar-nos a sermos mais consequentes com a palavra e o exemplo de Jesus Cristo”. Verifico que, como uma pequena semente, estes mesmos valores podem desenvolver-se em cada um de nós. Dão um sabor novo às nossas vidas e à Igreja.

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