A sociedade ocidental
tende a valorizar o papel dos avós e dos idosos, ainda que por vezes o faça numa
perspetiva meramente utilitarista.
Eles são muito úteis
para irem buscar os filhos às escolas ou às atividades extracurriculares. Ou para
acompanharem os netos enquanto os pais estão ocupados no trabalho. Mais tarde,
quando as crianças crescem e os pais já não precisam desse apoio, os idosos
começam a perder as suas capacidades de mobilidade e autogoverno: nessa altura
passam a ser eles a necessitar de acompanhamento. Muitas vezes, porém, são “despejados”
num lar e votados ao abandono.
Para chamar a atenção
para isto o Papa Francisco instituiu o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, que
se passou a celebrar no domingo mais próximo de 26 de Julho, o dia em que a
Igreja Católica festeja S. Joaquim e S. Ana, pais de Maria e, portanto, avós de
Jesus.
Esta efeméride celebra-se,
pela quinta vez, no próximo domingo. Na mensagem que lhe dedica, Leão XIV pede
que se promova a libertação dos idosos “da solidão e do abandono”. O Papa
constata que “as nossas sociedades estão a habituar-se, com demasiada
frequência, a deixar que uma parte tão importante e rica do seu tecido social
seja marginalizada e esquecida”. É preciso “trabalhar por uma mudança que
devolva aos idosos a estima e o afeto”.
Os idosos não devem ser
descartados quando as suas forças diminuem e mais precisam de atenção. Não
devem ser afastados do ambiente familiar, a não ser que tal seja humanamente
impossível. Também os jovens precisam de contactar com a sua fragilidade e
decrepitude para terem uma conceção mais ajustada do que é a vida.
O ser humano não vale só
pelo que produz, mas pelo que é ao longo de todo o seu ciclo. A sua dignidade é
inviolável e deve ser protegida quando está mais frágil. As velas ardem até ao
fim.
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