quarta-feira, 1 de maio de 2024

A Bienal de Veneza passa pela cadeia

 
Papa na cadeia feminina de Giudecca, Veneza
Foto Vatican Media retirada daqui
Os reclusos merecem uma atenção especial do Papa Francisco. Inclui com frequência visitas a prisões nas suas viagens e, desde o início do seu Pontificado, realiza a cerimónia do Lava-Pés numa cadeia. Esta é uma celebração que os bispos costumam realizar na catedral na Quinta-feira Santa.

Na Bienal de Veneza, em curso, o Pavilhão da Santa Sé foi instalado numa prisão que acolhe mulheres na ilha de Giudecca. Inclui uma exposição dedicada aos direitos humanos e chama a atenção para os marginalizados e esquecidos pela sociedade. Resulta da colaboração entre as reclusas e diversos artistas.

Este domingo, o Papa Francisco iniciou a sua visita a Veneza com um encontro com as reclusas de Giudecca. Fê-lo para demonstrar o carinho que tem por elas e a importância que lhes dá.

Em breves palavras referiu que a cadeia é “uma realidade dura” devido “à sobrelotação, à falta de infraestruturas e de recursos, aos episódios de violência” que geram tanto sofrimento às reclusas. Mas disse-lhes que a cadeia pode ser também um “lugar de renascimento moral e material”. Para isso, “é fundamental que o sistema prisional ofereça aos reclusos ferramentas e espaços de crescimento humano, espiritual, cultural e profissional, criando as condições para a sua reinserção saudável”.

O Papa olha para os reclusos como seres humanos, a quem se deve dar a oportunidade de corrigirem os seus erros e de se reinserirem na sociedade. Não são meros criminosos a castigar, quanto mais tempo, melhor. É a diferença entre uma perspetiva punitiva da justiça e a procura da regeneração da pessoa detida.

É mais fácil castigar do que regenerar. Contudo, é muito melhor reinserir. Não só porque, por cada recluso que não reincide, o Estado e todos nós ganhamos segurança. Mas, porque passamos a contar com cidadãos válidos para caminharem ao nosso lado.

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