Papa Francisco na Assembleia das Superioras das Congregações Religiosas Foto da REUTERS retirada daqui |
Desafiado nesse contexto a criar uma comissão para
esclarecer se, nos primeiros tempos do cristianismo, as mulheres já terão sido
ordenadas diaconisas, o Papa aceitou o repto e até valorizou como “útil” esse
esforço. De facto, há documentos da antiguidade cristã que referem as
diaconisas, embora não seja claro se terão, ou não, recebido o sacramento da
Ordem.
Até agora, tendo como base que entre as escolhas de Jesus
para apóstolos não figura nenhuma mulher, assumiu-se que a Igreja não poderia
ir além das decisões do seu fundador. Foi isso que levou João Paulo II a
afirmar que “a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação
sacerdotal às mulheres e que esta sentença deve ser considerada como definitiva
por todos os fiéis da Igreja”.
Em relação a esta posição oficial do magistério, há quem não
dê a questão por encerrada e contraponha que Jesus terá tomado essa opção numa
concessão à cultura patriarcal em que viveu, embora o Evangelho registe vários gestos
seus desafiantes e contracorrente. Por exemplo, quando permite a uma samaritana
discutir com ele teologia, o que era impensável à época. Para estes, não são
razões teológicas, mas sim razões culturais que impediram até hoje a Igreja de dar
esse passo.
Veremos se a tal comissão irá comprovar a ordenação de
diaconisas no passado. Se tal suceder, poder-se-á pensar em restaurar essa
práxis e em dar mais um passo para garantir a paridade das mulheres no seio da
Igreja Católica.
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