Papas desde João XXIII até ao atual Arranjo gráfico de Lorenzo Rumori retirado daqui |
João XXIII iniciou o caminho de humanização do papado que
se intensificou com os seus sucessores – em particular com João Paulo II que,
após anos de exposição mediática nas inúmeras viagens que realizou, não quis
esconder a doença e a decrepitude do Papa. Também Bento XVI deu um assinalável
contributo ao reclamar para o bispo e de Roma o direito a
"reformar-se".
Numa mesma celebração reuniram-se quatro dos Papas que
resgataram a Igreja do encerramento nos muros vaticanos para o diálogo com o
mundo e a contemporaneidade. Faltaram somente o Papa Paulo VI e João Paulo I, a
quem ainda não foi reconhecida oficialmente a santidade mas que, também,
contribuíram para essa caminhada.
Paulo VI foi o timoneiro que assumiu o leme do Concílio
Vaticano II, convocado pelo seu antecessor, e o soube levar a bom porto. Ficou,
assim, ligado à maior reforma da Igreja desde o concílio de Trento, quinhentos
anos antes.
João Paulo I, para além de ter homenageado os seus dois
antecessores no nome escolhido, no seu curtíssimo pontificado deixou antever
uma personalidade muito semelhante à do atual Papa. Era um bom comunicador.
Criou uma relação empática com as pessoas, que o cognominaram de "Papa do
Sorriso". Tal como Francisco, nas audiências gerais interagia com os
assistentes, "entrevistava" crianças e jovens.
São dois papas a que a história ainda não fez justiça.
Muitos acreditam que também eles trilharam o caminho da Santidade e desejam que
rapidamente sejam reconhecidos como pertencentes a essa galeria de homens e de mulheres
que, nas mais diversas circunstâncias, viveram a sua fidelidade a Jesus Cristo
e aos valores do Evangelho.
(Texto publicado no Correio da Manhã de 02/05/2014)
(Texto publicado no Correio da Manhã de 02/05/2014)
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